No dia 15 de junho, a Superintendência de Relações Internacionais e a Assessoria Especializada na Articulação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Universidade Estadual do Maranhão promoveram o Ciclo de Debates SRI-ODS – “Desafios da Educação Indígena”, com a participação da pedagoga e ativista indígena Fabiana Guajajara.
Fabiana, conhecida por sua luta pelos direitos dos povos indígenas, trouxe uma perspectiva única e relevante para o debate. Durante sua participação, ela enfatizou que a educação indígena deve ser baseada nas tradições, línguas, práticas culturais e valores específicos de cada comunidade. Para ela, é fundamental respeitar e valorizar o conhecimento ancestral, proporcionando um ambiente de aprendizagem que esteja alinhado com as necessidades e aspirações dos povos indígenas.
Um dos questionamentos levantados por Fabiana foi como trazer o processo de aprendizagem indígena sem ferir as tradições de cada comunidade. Ela destacou a importância de se pensar em um modelo de educação inclusivo, que respeite e promova a diversidade cultural dos povos indígenas, sem impor padrões externos que possam prejudicar suas práticas e modos de vida.
Durante o evento, Fabiana também abordou a percepção equivocada que muitas pessoas têm sobre os territórios indígenas. Ela destacou que, ao contrário do que se imagina, esses territórios não se mantiveram congelados no tempo, mas sim são espaços dinâmicos, nos quais as comunidades indígenas se adaptaram e enfrentaram desafios ao longo dos séculos. Essa compreensão é essencial para promover uma educação indígena adequada e respeitosa, que valorize a riqueza cultural e contribua para o fortalecimento das comunidades.
Ainda, Fabiana Guajajara fez um comentário sobre o Marco Temporal, uma tese que busca estabelecer uma data para demarcação das terras indígenas, o que poderia limitar os direitos territoriais dos povos indígenas. Para ela, essa proposta representa um enfraquecimento dos povos indígenas e uma negação de seus direitos históricos. A ativista ressaltou a importância de lutar contra essa medida, defendendo a preservação dos territórios indígenas como garantia da sobrevivência cultural e do bem-estar das comunidades.
O Ciclo de Debates SRI-ODS contou com o apoio do PROETNOS, Proexae, Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado Profissional, Bacharelado em Relações Internacionais, Curso de Especialização em Direitos Humanos e Superintendência de Gestão Ambiental.
Por Alessandra Medina – SRI/UEMA