O Maranhão vai receber, no dia 31 de Julho, o lançamento do programa de intercâmbio Sul-Sul Caminhos Amefricanos. A ação é fruto de uma parceria entre o Ministério da Igualdade Racial, o Ministério da Educação, o Ministério das Relações Exteriores e a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). O objetivo é permitir experiências de curta duração no exterior em países africanos, latino-americanos e caribenhos.
O programa presta homenagem à renomada filósofa e antropóloga brasileira Lélia Gonzales, e é uma iniciativa que busca promover a socialização de conhecimentos, experiências e políticas públicas para combater e superar o racismo no Brasil. Seu objetivo é possibilitar experiências de curta duração em países africanos, latino-americanos e caribenhos. As vagas serão destinadas a estudantes de licenciatura.
Segundo a assessora especial de Assuntos Estratégicos do MIR, Marcelle Decothé, a ideia é fortalecer a Lei 10.639/2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, ao incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. A assessora revelou também que o programa deve cruzar o Atlântico. “Nosso próximo passo é promover esse intercâmbio em outros países da África: em Moçambique, Cabo Verde e na África do Sul, com outras universidades do Brasil”.
Fotografia: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Oportunidades de bolsas para mulheres negras, quilombolas, indígenas e ciganas
Além do Caminhos Amefricanos, a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (Foto), também anunciou o programa Atlânticas – Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência 2023. O nome é homenagem a Beatriz Nascimento, pesquisadora negra e sergipana. O programa é resultado de uma parceria entre os ministérios da Igualdade Racial, Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Mulheres, Povos Indígenas e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), vinculado ao MCTI.
Mulheres negras, quilombolas, indígenas e ciganas, que estejam regularmente matriculadas em cursos de doutorado reconhecidos, ou que tenham concluído programas de pós-graduação igualmente reconhecidos pela CAPES, em qualquer área de conhecimento, poderão concorrer a pelo menos 45 bolsas de doutorado sanduíche e pós-doutorado oferecidas no exterior. O investimento do governo federal será de aproximadamente R$ 7 milhões.
O Ministério da Igual Racial também vai assinar um protocolo de intenções com a Universidade de Brasília (UnB) para oferecer bolsas de mestrado a estudantes quilombolas, do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais.
Os projetos são parte de um esforço do governo federal para uma educação mais inclusiva. Durante o ciclo de debates ODS-SRI, a pedagoga e ativista indígena Fabiana Guajajara, falou sobre a importância de se pensar em um modelo de educação inclusivo, que leve em consideração os aspectos culturais e sociais de grupos minoritários. Você pode ler mais sobre o ciclo de debates ODS-SRI aqui.
Por Lucas Corrêa – SRI/UEMA, com informações da Agência Brasil.