A Universidade Estadual do Maranhão – UEMA e a Força Aérea dos Estados Unidos, United States Air Force – USAF, são parceiras internacionais por meio de Acordo de Cooperação, com vigência até 2024.
A parceria envolve colaboração científica/tecnológica entre UEMA, Diretoria de Veículos Espaciais, Laboratório de Pesquisa e Divisão de Tecnologias Geoespaciais da Força Aérea Americana (Air Force Research Laboratory, Space Vehicles Directorate, Geospace Technologies Division).
Segundo o Prof. Dr. Ricardo Yvan de La Cruz Cueva, do Departamento de Física da UEMA e coordenador do acordo pela UEMA, a natureza da colaboração é o avanço dos estudos científicos da ionosfera equatorial, especificamente na área de cintilação ionosférica. “Perturbações que ocorrem naturalmente na ionosfera equatorial frequentemente levam ao desenvolvimento de irregularidades de densidade ou “bolhas” que degradam e prejudicam as comunicações baseadas em satélite e a precisão da navegação. Devido à sua proximidade com os equadores magnéticos e geográficos, São Luís, Brasil, é um local ideal para a pesquisa do ambiente de cintilação. Por meio dessa colaboração, a Força Aérea fornecerá e instalará sensores de pesquisa projetados especificamente para observar e relatar o estado da ionosfera equatorial com o propósito de fazer avançar a pesquisa nesta área”, explica o professor, que faz parte da equipe de trabalho, ao lado de Lic. Acácio Cunha Neto (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE/MCTI) e Dr. Ron Caton (Air Force Research Laboratory – AFRL).
Entre o final de 2019 e começo de 2020, foram realizadas as tratativas para o envio de equipamentos da AFRL/USA para as instalações do INPE na UEMA. Ao todo foram enviados aproximadamente uma tonelada em equipamentos, desde ferramentas, estrutura física e os sensores de rastreio de satélites.
Equipamentos enviados da AFRL/USA para INPE/São Luís/UEMA
Em fevereiro de 2020, a UEMA recebeu a visita do Dr. Ron Caton, coordenador científico do acordo pela AFRL. Na visita, ele ministrou palestra sobre Ionosfera para alunos e professores dos cursos de engenharia e também fez parte das operações para inicializar a instalação de equipamentos, como Patch antenna, instalado no teto das instalações do INPE nas dependências da UEMA.
Dr. Ron Caton, durante a palestra ministrada para alunos e professores dos cursos de engenharia
Em 2021, conforme explicado pelo prof. Ricardo Cueva, foram iniciadas discussões para colaboração com o curso de pós-graduação em Engenharia da Computação e Sistemas na realização de trabalhos de mestrado com dados gerados a partir da parceria UEMA-AFRL.
Ainda na colaboração entre as instituições,, houve a submissão de um projeto de pesquisa para financiamento pela AFRL intitulado: “Ionospheric Plasma irregularity prediction and sporadic E layer identification”, com colaboração do INPE, ITA, UT of Dallas e UEMA. O concurso pelo financiamento foi ganho e estamos na fase de documentação para iniciar a transferência dos recursos para compra de equipamentos solicitados no projeto.
Neste projeto de pesquisa, os professores da UEMA Ricardo Cueva e Eder Carvalho Santana estão envolvidos. O projeto está na fase de documentação para iniciar a transferência dos recursos para compra de equipamentos solicitados.
Para a UEMA, a parceria fortalece o grupo de pesquisa em Ionosfera, permitindo o avanço nos estudos de cintilação no setor brasileiro. Com este acordo, a universidade tem acesso a sistemas de última geração que fornecem especificações ionosféricas em tempo real. “Isso permitirá que professores e alunos tenham a oportunidade de trabalhar em pesquisas de ponta e de alto interesse nacional e internacional. O Brasil, devido à sua localização geográfica, é fortemente impactado pela cintilação ionosférica”, detalha o prof. Ricardo Cueva.
