“Como será o novo normal?”. Essa foi a pergunta chave para as discussões do webinário Dialogues with International Education Associations, realizado no dia 17 de junho pela Associação Brasileira de Educação Internacional – FAUBAI. O evento contou com a participação de líderes de três grandes Associações de Educação Internacional.
A internacionalização sofreu um grande impacto diante da pandemia de COVID-19, principalmente em instituições em que a mobilidade acadêmica possuía prioridade. Por isso, como destacou Hilligje Van’t Land, secretária geral da International Association of Universities (IAU), é preciso repensar as ações de internacionalização e perceber que o impacto não é igual para os países. Sequer é igual em instituições de um mesmo país.
A secretaria geral explicou que diálogos entre universidades são importantes para a troca de conhecimentos e soluções, visando construir uma internacionalização que fortaleça a cooperação e a solidariedade entre as nações.
Para essa construção, é preciso superar obstáculos. Um deles, como apontou Adel El Zaim, presidente da Association of International Education Administrators (AIEA), é a falta de consenso na definição de Internacionalização. Para ele, é difícil pensar no “novo normal” quando não se pode responder facilmente o que é “normal”. Em um exemplo dessa situação, Orla Quinlan, presidente da International Education Association of South Africa (IEASA), relatou sobre a experiência de instituições africanas: o que era “normal” na Europa, em relação à Internacionalização, não funcionava nas universidades da África, onde alguns alunos do ensino superior sofrem com escassez de equipamentos tecnológicos básicos e instituições não possuem recursos para investimentos, como explicou a presidente da IEASA.
Adel El Zaim sugeriu que em vez de pensar em “normal” e “novo normal”, as ideias de “modelos antigos” e “novos modelos” deveriam ser consideradas, e enfatizou que é preciso olhar para o passado, rever ações feita até hoje e planejar o futuro. Esse planejamento envolve uma transição dos modelos antigos para os novos modelos, em que a definição de Internacionalização é clara, objetiva e consistente.
Para os novos modelos, como explicou o presidente da AIEA, também é necessário: entender a diferença entre Internacionalização do Ensino Superior e Educação Internacional; fortalecer a expertise profissional; contribuir para objetivos sociais e institucionais; aprender e repensar oportunidades; perguntar a si mesmo e aos outros sobres os porquês e refletir sobre quais mudanças desejam ser alcançadas por meio da internacionalização.
O presidente da AIEA destacou, ainda, que a Internacionalização do Ensino Superior deve trabalhar para estudantes, professores, pesquisadores, comunidade acadêmica, parceiros institucionais e sociedade em geral. Além desses fatores, Orla Quinlan complementou: a internacionalização deve ser focada em inclusão e igualdade.
Webinar FAUBAI
Por meio das Quartas virtuais, a FAUBAI está realizando uma série de webinars para discutir sobre Internacionalização.
O webinar Dialogues with International Education Associations estará disponível em breve no site da FAUBAI.
Para assistir aos webinars realizados sobre o Programa BRAvE, acesse.
Por Alessandra Medina
ARI/UEMA